TRILHA GEOTURÍSTICA NO LITORAL SUL DE PERNAMBUCO

Hoje é dia de relembrar nossa trilha Geoturística realizada dia 18 de janeiro, sobre o promontório do Cabo de Santo Agostinho, no Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti, localizado na Vila de Nazaré – Cabo de santo Agostinho - Litoral Sul de Pernambuco.   

A organização da trilha teve a importante articulação de Mardônio Cavalcanti, ex vice-presidente do conselho gestor do PMAHC e articulador nas questões ambientais na região.

Encontramos com o grupo na Igreja de Nossa Senhora de Nazaré e ali mesmo iniciamos nosso papo, em meio as ruínas do antigo Convento Carmelita, um patrimônio histórico datado do século XVI.

Reunimos um grupo super diverso com mais de 50 pessoas.

Bate-papo inicial.

Após uma boa conversa sobre os aspectos geológicos, geográficos, históricos e arqueológicos desse, que é um laboratório a céu abeto, partimos para ver na prática aqui que tanto conversamos.

É importante destacarmos a relevância geológica desse local, que representa um marco geológico no que tange a quebra do grande continente Gondwana e formação dos continentes Africano e Sul-americano. É uma área com rochas magmáticas (plutônicas e vulcânicas), bem como rochas sedimentares pertencentes a bacia sedimentar de Pernambuco. A diversidade de rochas, junto com os agentes intempéricos, resultaram em uma paisagem com beleza cênica diferenciada, cheia de feições e formações geomorfológicas diversas. (ver trabalhos: https://geopatrimoniope.com.br/

Nossa primeira parada foi no mirante. Ali já pudemos ver vários processos, como a presença de sulcos, ravinas e voçorocas, bem como o processo de limonitização, a partir de inúmeras e pequenas concreções ferruginosas denominadas na literatura de limonitas.

Primeira parada - uma fala sobre os processos erosivos e modificações na paisagem.

Seguimos em direção as Ruínas da Casa do Faroleiro, partindo de cotas topográficas mais elevadas às mais baixas, ali já é possível ver o granito em diversos estágios de alteração, mas ainda preservando alguns de seus minerais e estrutura.

 


Uma fala sobre a ocorrência do granito do cabo, sua formação, composição e diversos estágios de alteração decorrente do intemperismo. 

Uma vez nas ruínas da Casa do Faroleiro, tivemos a rica contribuição do prof. Enerson Silva, historiador do Engenho Massangana e do museu virtual @historiadocabo, que explicou para o grupo a história do farol e casa do faroleiro para a navegação.

Ruínas da Casa do Faroleiro. Destaque para participação dos meus queridos ex alunos e professores de Geografia Anderson e Ester. 


Ruínas da Casa do Faroleiro - Séc. XIX


 Prof. e historiador Enerson Silva. 

Nossa parada seguinte seria a bica da ferrugem, contudo acabamos seguindo para a antiga casa de farinha, onde tivemos a rica contribuição de Dona Oneida Tiburcio, moradora antiga, que representa a associação de moradores da Vila e é representante da Igreja de N. Sra. de Nazaré no conselho gestor do PMAHC.

Contribuições de D. Oneida Tibúrcio sobre a historia, processos de ocupação e atividades econômicas como a antiga casa de farinha. 

Após a casa de farinha, passamos pelas ruínas do Quartel Velho, onde pudemos observar a antiga edificação que dava suporte ao Forte Castelo do Mar, que se encontra em uma cota topográfica mais abaixo. Tivemos ali um momento de muita troca de saberes, com seu Euclides, prof. Enerson e @eusouflor_, terapeuta florestal, que trouxe todo o contexto dos povos indígenas que já ocupavam essa região.

 Parada nas Ruínas do Quartel Velho.

Nossa última parada foi o Forte Castelo do Mar, importante edificação militar a partir do século XVII e que teve uma grande importância na defesa da “boca da barra”, do porto e do território como um todo durante a invasão holandesa.   

Ruínas do Forte Castelo do Mar

Voltamos pelo caminho da casa de farinha e finalizamos nossa trilha com uma água de coco beeemmmm gelada nas barraquinhas dos comerciantes locais que ficam em frente da igreja de N. Sra. de Nazaré.

Fim de trilha com parte do grupo. 

Igreja Nossa Senhora de Nazaré.

A trilha completa teve duração de 3 horas e meia e distância de aproximadamente 3,5 km.



Nosso percurso. Observe que a trilha original passa pela bica da ferrugem. Nosso grupo acabou se dividindo e um grupo foi pela bica e outro pela antiga casa de farinha. mas se for fazer a trilha, prefira seguir da casa do faroleiro para a bica. Lá pode tomar um bom banho e recarregar as energias. 

- Gostaríamos de agradecer mais uma vez todas e todos que estiveram conosco nessa manhã incrível e cheia de trocas de experiências, vivências e saberes.

- Obrigada Jorge Figueiredo pelos registros fotográficos e captação de vídeos. 

Para saber mais sobre essa trilha, temos um artigo publicado com todo o percurso original nos links:

1.     https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/estudosgeologicos/article/view/261184

2. Para saber mais sobre as trilhas e sobre os aspectos naturais e históricos da região, acesse a dissertação: https://geopatrimoniope.com.br/geoconservacao-mapeamento-descricao-e-propostas-de-divulgacao-de-trilhas-geoturisticas-no-parque-metropolitano-armando-de-holanda-cavalcanti-cabo-de-santo-agostinho-pe-brasil/

Sobre o Geopatrimônio de Pernambuco acesse o site: https://geopatrimoniope.com.br/

Por: prof. Dra. Thaís Guimarães

TRECHOS EM VIDEO DE NOSSA TRILHA




 


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